Audiometria: Embora seja muito comum ouvirmos sobre porcentagem em relação a perda auditiva, essa classificação não é a mais correta. Muitas vezes podemos ouvir relatos como “tenho 10% de perda auditiva”, “tenho 50% de perda auditiva”. Entretanto, é importante diferenciarmos o que é descrito em uma audiometria na forma de graus e na forma de porcentagem.
Uma audiometria completa é composta pela pesquisa dos limiares tonais, o limiar de reconhecimento de fala (LRF) e o índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) Atualmente, a perda auditiva é classificada em graus, sendo eles leve, moderado, moderadamente severo, severo, profundo e completo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa classificação é realizada com base na pesquisa dos limiares tonais, onde o fonoaudiólogo avaliará frequências entre 250 Hz e 8.000 Hz, normalmente. A partir da audiometria, uma média, entre as frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 4.000 Hz é realizada e com base no resultado dessa média, ocorrerá a classificação da perda auditiva.
Desde 2020, a OMS alterou a classificação que usava normalmente, deixando um critério mais rigoroso. Essa modificação se deu pela importância do tratamento precoce e pelo conhecimentos atuais dos impactos da perda auditiva. Nessa classificação, uma pessoa sem perda auditiva é aquela que possui um valor nessa média de 19 dB ou menos. Aqueles que tiveram uma média de 25 dB a 34 dB possuem uma perda auditiva moderada, entre 35 dB a 49 dB uma perda auditiva moderadamente severa, entre 65 dB a 79 dB severa, 80 dB a 94 dB profunda e igual ou maior a 95 dB, perda auditiva completa.
É importante pontuar que, entre os diferentes graus de perda auditiva, existem diferentes níveis de desempenho auditivo. Por exemplo, uma pessoa com perda auditiva leve, não é esperado que tenha dificuldade de compreensão de fala no silêncio, mas sim uma leve dificuldade de compreensão de fala no ruído. Já aquela com perda auditiva moderada, já é possível considerar uma dificuldade de fala maior, tanto em ambientes silenciosos e com ruído, e principalmente em ambientes ruidosos.
Os outros testes realizados na audiometria são referentes a compreensão de fala. O primeiro deles é o LRF, que avalia a menor intensidade que o indivíduo consegue reconhecer e compreender a fala. Em seguida, é realizado o IPRF, que é apresentado em porcentagem. O IPRF indica a porcentagem de inteligibilidade de fala que o indivíduo possui em um condição específica. É importante lembrar que, em algumas vezes, o IPRF não replica a condição de escuta daquele indivíduo no dia a dia, visto que o teste é realizado em uma cabine acústica, no silêncio e com padrões pré-estabelecidos.
Nesse teste, é esperado uma pontuação superior a 90%, que significa que o reconhecimento de fala está dentro da normalidade. Pontuações inferiores a 88% já revelam dificuldade de compreensão de fala, mesmo em um ambiente silencioso e acusticamente controlado.
Veja o teste:
Na imagem é possível observar uma audiometria, onde o indivíduo apresenta uma perda auditiva de grau moderado em ambas orelhas. Nos testes de fala, a menor intensidade que o indivíduo consegue reconhecer a fala é em 50 decibéis na orelha direita, e 45 decibéis na orelha esquerda. Quanto a porcentagem de compreensão de fala, na orelha direita é de 80% e na esquerda de 88%.
A audiometria é considerada padrão ouro na avaliação da audição e é de extrema importância para diagnosticar e monitorar questões relacionadas à saúde auditiva.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
www.onaparelhosauditivos.com.br
Fonoaudióloga Déborah Aurélio Temp
Pós-graduanda em Seleção e Adaptação de Dispositivos Auxiliares de Audição
Mestranda em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação – UNICAMP
Crfa 2-2240