Deficiente Auditivo: a audição é o sentido que garante ao ser humano o poder da comunicação. Antes de nascermos ela já nos mantém conectados com o mundo exterior e após o nascimento os estímulos auditivos vão sendo responsáveis por tornar o córtex auditivo hábil para executar tarefas auditivas como discriminação e compreensão.
A criança que nasce com déficit auditivo é privada de todos ou de alguns estímulos (conforme o grau da perda auditiva) e com isso não desenvolve habilidades para a compreensão do estímulo auditivo. Como a comunicação humana se dá na sua maioria através da fala, os conceitos do dia a dia não serão aprendidos.
Existem duas abordagens terapêuticas para o deficiente auditivo, o seu desempenho e suas dificuldades irão variar segundo a abordagem escolhida:
- ABORDAGEM GESTUAL: indicada para aqueles indivíduos que não podem ser estimulados auditivamente pelos dispositivos eletrônicos atuais (como aparelhos auditivos e/ou implantes cocleares). Isso ocorre ou por limitação médica ou por escolha da família. Neste caso, a comunicação sem o input auditivo não poderá ser oral e a criança deverá aprender nova língua, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). É importante que além da criança os familiares também aprendam para poder se comunicar com ela.
A LIBRAS possui estrutura diferente do português, portanto para que a criança aprenda os conceitos todos os educadores terão que utilizar essa língua. Na escola, caso a professora não faça LIBRAS, a criança precisará de interprete.
O contato com outras crianças também poderá ser mais difícil caso a criança esteja inserida em um grupo de crianças que não utilizam LIBRAS.
- ABORDAGEM ORAL: nesta abordagem o aprendizado baseia-se no estímulo auditivo fornecido pelo dispositivo eletrônico utilizado pela criança (aparelho auditivo e implante coclear). A principal premissa é que este dispositivo garanta completa percepção de fala. Neste caso o sucesso depende principalmente da precocidade do início do tratamento. A criança que inicia a estimulação auditiva adequada e precoce receberá estímulos auditivos de forma semelhante à criança ouvinte.
A terapia fonoaudiológica terá como base a estimulação auditiva e a adequação dos conceitos adquiridos oralmente. A comunicação principal será a fala e a aquisição dos conceitos será por via auditiva.
Na escola, a criança não terá necessidade de intérprete, porém poderá ter dificuldades em situações de escuta na presença de ruído. Nestes casos, precisará da atenção especial do professor ou até mesmo de um tutor, que garanta a compreensão. O ideal é que a aquisição de novos conceitos aconteça em ambientes silenciosos de modo garantir a completa compreensão por parte da criança. O uso de equipamentos de FM pode auxiliar na escuta na presença de ruído.
A abordagem terapêutica a ser escolhida passa primeiramente por questões médicas, porém os pais precisam compreender que o desenvolvimento estará pautado na abordagem e deverão minimizar as dificuldades de acordo com ela. O importante é que o tratamento seja precoce, pois desta forma garantimos a aquisição de conceitos e permitimos a construção da linguagem.
Em caso de dúvida, consulte um especialista.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024