A perda auditiva causa mudanças estruturais importantes no cérebro. Estudos da Universidade Johns Hopkins e do National Institute on Aging associam aumento dos danos cerebrais em portadores de perda auditiva.
Consequências associadas a perda auditiva, incluem:
- aumento do risco de demência;
- quedas;
- hospitalizações;
- diminuição geral da saúde física e mental.
Os pesquisadores utilizaram os dados de um estudo longitudinal de Baltimore que comparou mudanças cerebrais com o passar dos anos, entre adultos com audição normal e adultos com perda auditiva. Este estudo, começou a ser realizado em 1958 e acompanhou milhares de homens e mulheres.
Indivíduos com perda auditiva costumam ter a estrutura cerebral responsável pelo processamento da informação sonora menor do que em indivíduos com audição normal, no entanto, ainda não é conhecido como estas diferenças estruturais ocorrem antes ou depois da perda auditiva.
Como parte do estudo longitudinal de Baltimore, 126 participantes foram submetidos à ressonância magnética anual para rastrear alterações cerebrais por até 10 anos. Cada um também realizou exames físicos completos no momento da primeira ressonância magnética em 1994, incluindo testes auditivos. No início do estudo, 75 tiveram audição normal e 51 tinham problemas de audição.
Depois de analisar suas ressonâncias magnéticas nos anos seguintes, os pesquisadores observaram que os participantes cuja audição já estava prejudicada no início do sub-estudo tiveram taxas aceleradas de atrofia cerebral em comparação com aqueles com audição normal.
No geral, os cientistas relatam que aqueles com deficiência de audição perderam mais do que um centímetro cúbico adicional de tecido cerebral a cada ano em comparação com aqueles com audição normal. Aqueles com problemas de audição também tiveram significativamente mais encolhimento em regiões particulares, incluindo os giros temporal superior, médio e inferior, estruturas cerebrais responsáveis pelo processamento de som e fala.
Acredita-se que o “encolhimento” nessas áreas pode ser simplesmente uma consequência de um córtex auditivo “empobrecido”, que pode ficar atrofiado pela falta de estimulação.
Como as estruturas cerebrais não funcionam isoladamente, estas áreas afetadas são responsáveis por outras funções. Os giros temporal médio e inferior, por exemplo, também desempenham papéis na memória e na integração sensorial e estão envolvidos também nos estágios iniciais do comprometimento cognitivo leve e da doença de Alzheimer. Portanto, a perda auditiva representa um “golpe” no cérebro de muitas maneiras.
Quanto mais cedo a perda auditiva for tratada melhor sua evolução. O ideal é que o tratamento ocorra antes que as mudanças estruturais do cérebro ocorram.
Em caso de dúvida, consulte um especialista.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024