A perda auditiva unilateral se caracteriza pela diminuição da capacidade auditiva em apenas um dos ouvidos, podendo ser desde uma perda auditiva unilateral leve a uma perda auditiva unilateral profunda. Há algum tempo as pessoas com esse tipo de perda auditiva precisavam se conformar com a ausência de recursos e a falta de indicação para o tratamento.
Tais condutas, na época, eram pautadas por acreditar-se que uma orelha funcionante era o suficiente e que garantia uma boa audibilidade e compreensão de fala. Infelizmente, ainda é comum nos depararmos com esse tipo de prática e conduta atualmente.
Entretanto, já sabemos que entre os prejuízos da perda auditiva unilateral a falta de localização auditiva é um dos mais conhecidos, seguido da dificuldade de compreensão de fala em ambientes desafiadores, como em locais com ruído competitivo e as consequências emocionais ligadas a essa dificuldade.
No público infantil, essas consequências são ainda maiores. Além da dificuldade de localização e dificuldade de compreensão de fala em ambientes ruidosos, esse público pode apresentar problemas de fala e dificuldades escolares. Estudos recentes relatam ainda que a perda auditiva unilateral em crianças afeta sua qualidade de vida e até mesmo pontuações em testes relacionados à inteligência.
Antes de dezembro de 2023, quem portava perda auditiva unilateral não era considerado pessoa com deficiência e não tinha seus direitos garantidos por lei, como aqueles que portavam perda auditiva bilateral. Entretanto, a partir de dezembro de 2023, foi promulgada a lei que assegura a perda auditiva unilateral como uma deficiência. É importante a avaliação de profissionais com experiência na área, para verificar se aquele indivíduo enquadra-se nas diretrizes da nova lei ou não.
O tratamento para a perda auditiva unilateral é individual e precisará ser delineado por um profissional da área, a depender do tipo da perda auditiva, o grau dessa perda e demais informações relevantes, como a presença ou não de zumbido.
Atualmente, existem diferentes abordagens para o tratamento da perda auditiva unilateral, sendo elas, o uso do aparelho auditivo convencional, o implante coclear, as próteses auditivas ancoradas no osso e o Contralateral Routing of Sound, mais conhecido como Sistema Cros.
No tratamento, o papel do aparelho auditivo é amplificar os sons das frequências em que há algum grau de perda auditiva. Já o implante coclear, possui o papel de substituir as células auditivas que não estão tendo um funcionamento adequado.
As próteses auditivas ancoradas no osso, são indicadas para aqueles pacientes que por algum motivo não podem usar os aparelhos auditivos convencionais. Já o Sistema Cros funciona como um transmissor de som entre as orelhas.
O sistema é composto por dois aparelhos, onde o aparelho da orelha com perda auditiva transmitirá o som para a orelha sem perda auditiva, que usará seu sistema auditivo íntegro para interpretar o som, possibilitando assim, a compreensão de fala do lado com perda auditiva.
Vale ressaltar que o tratamento para a perda auditiva unilateral precisa passar por uma série de exames e bateria de testes, antes da indicação de qualquer dispositivo. Além disso, as indicações desses dispositivos não se restringem aos exemplos mencionados no texto, podendo existir outras condutas dependendo do caso de cada indivíduo.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
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Fonoaudióloga Déborah Aurélio Temp
Pós-graduanda em Seleção e Adaptação de Dispositivos Auxiliares de Audição