Pessoas que tem perda auditiva apresentam maior possibilidade de desenvolver demência, se comparados com indivíduos com audição normal. São inúmeros os estudos com esta constatação.
Estudos da Faculdade de Medicina da Hopkins School nos Estados Unidos, acompanharam 639 pacientes durante 18 anos.
No início da pesquisa nenhum deles apresentavam déficits cognitivos, porem já apresentavam perda auditiva. Durante este período de acompanhamento, 58 casos de demência foram confirmados.
Um estudo realizado na Inglaterra com indivíduos acima de 50 anos, utilizando dados do English Longitudinal Study of Aging revelou que pacientes que apresentavam perda auditiva moderada tinham risco de desenvolver demência 1,4 vezes maior do que em indivíduos com audição normal. Os autores concluem que esses resultados são consistentes com a necessidade de intervenção precoce na reabilitação da perda auditiva, com o objetivo de retardar o surgimento da demência.
Um outro estudo inglês realizado com 154.783 pessoas, com dados coletados da maior seguradora de saúde da Alemanha, em periodo compreendido entre 2006 e 2010, e que continha 14.602 indivíduos portadores de demência, concluiu que indivíduos com perda auditiva tinham riscos maiores de desenvolvimento da patologia do que indivíduos com audição normal.
A conceituada The Lancet Commission on Dementia Prevention, Intervention and Care, afirma que a deficiência auditiva está entre os riscos confirmados para o desenvolvimento de demência.
Todos estes achados reforçam a necessidade da intervenção precoce da deficiência auditiva. O uso de aparelhos auditivos garantem a devolução do estímulo auditivo ao cortex, evitando que as alterações cerebrais ocorram desde que usado de forma correta diariamente.
O profissional que atua na habilitação e/ou reabilitação do indivíduo com perda auditiva deve ter conhecimento da ocorrência da plasticidade do sistema auditivo, bem como considerá-la um importante instrumento clínico, portanto, da mesma forma que ocorre um declínio da funções cerebrais com a perda auditiva, o cérebro é capaz de se reorganizar com o retorno do estímulo, tais achados foram confirmados por artigo publicado no Brazilian Journal of Audiology em 2011 (Kappel e col) que realizou uma revisão extensa da literatura sobre o tema.
De acordo com o estudo “pôde-se evidenciar que o sistema auditivo é capaz de se reorganizar quando há uma variação na entrada do estímulo auditivo, seja por diminuição ou por aumento deste. Com isso, os indivíduos portadores de perda auditiva e que necessitam de próteses auditivas ou implante coclear poderão ser beneficiados nos aspectos sociais, emocionais e intelectuais, com consequente melhora da qualidade de vida”.
Em caso de dúvida, consulte um especialista.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024